terça-feira, 27 de julho de 2010

Florestas como masmorras?!

  Exploração de masmorras é uma prática rotineira para qualquer grupo de aventureiros. Há dezenas de livros e suplementos que descrevem masmorras e oferecem aos mestres dezenas de informações sobre como conduzir aventuras interessantes nestes locais.
  As florestas e matas selvagens também são bons lugares para exploração. Todo grupo de aventureiros em algum momento de sua vida será obrigado a atravessar uma floresta ou mata para alcançar um castelo escondido, uma criatura selvagem ou o que quer que seja. Estes lugares costumam ser conhecidos e temidos pelas criaturas que as habitam. Geralmente uma floresta de um cenário de Fantasia Medieval apenas torna-se realmente famosa ou interessante quando habitada por criaturas com poderes especiais – dragões, basiliscos, cocatrizes, serpentes ou insetos gigantes... O que poucos sabem é que uma floresta “normal” também pode trazer desafios interessantes aos aventureiros...
  
POR CAMINHOS TORTUOSOS
  Ao contrário do que muitos pensam, andar por uma floresta não é nada fácil. Mesmo quando há trilhas a seguir, é relativamente fácil para alguém desabituado se perder. Durante muitas partidas de RPG eu ouvia alguns jogadores falarem coisas como “como eu posso estar perdido? Eu voltei exatamente pelo mesmo caminho!”. Quando as trilhas estão presentes esse tipo de coisa é um pouco mais difícil de acontecer. Entretanto, quando não há trilhas, a coisa é bem mais complicada. “Lembrar” do caminho que acabou de percorrer não é tão fácil quanto parece.
  O primeiro artifício que você pode utilizar é do “Labirinto natural”. Trata-se de uma matriz de campos e matas. É como um grande campo dividido em vários campos menores por fragmentos de vegetação. É fácil saber qual a direção devemos seguir para alcançar nosso objetivo – entretanto, basta errar um caminho, entrar na trilha ou atravessar a mata errada, que você cai em um fragmento diferente... E assim torna-se impossível chegar ao local desejado.
  Também é importante salientar que uma trilha, em uma mata ou floresta, não é algo tão exato quanto os corredores de uma masmorra. Trilhas podem desaparecer repentinamente – seja pela queda de uma grande árvore, ou pelo seu desuso, que permite que plantas pioneiras (as primeiras a se desenvolverem em um campo aberto) possam crescer e se desenvolver, formando assim uma barreira no caminho dos viajantes. Estas mesmas trilhas também podem se alargar repentinamente, tornando difícil saber exatamente qual a direção para onde ela segue. Não é o mesmo que terminar em uma clareira, pois a vegetação ao redor não muda, mas o caminho por onde se estava seguindo de repente parece desaparecer. Reencontrar a trilha pode ser algo bem difícil para olhos destreinados.
  Criar trilhas retas em meio à mata é uma tarefa simplesmente impossível, tenha certeza. E sendo assim, qualquer pessoa sem um ótimo senso de orientação pode desviar de seu curso. Ocasionalmente surgem árvores impossíveis de serem cortadas. Ou então a vegetação é tão densa que uma pessoa precisaria de horas para abrir caminho. Nestas situações é comum que o andarilho desvie “só um pouquinho” do curso sem perceber.

 PERIGOS NATURAIS
  Uma floresta não precisa ter animais monstruosos para ser perigosa. Cobras camufladas no meio das trilhas, facilmente confundidas com galhos ou mesmo folhas secas, podem atacar caso um viajante descuidado pise sobre elas. Insetos geralmente são apenas um pequeno incômodo (um incômodo doloroso, algumas vezes), mas alguns podem carregar vírus que transmitam doenças sérias (imaginem a decepção de um grande guerreiro ao descobrir que está debilitado devido à picada de um mísero mosquito) - aqui cabe um “outro parênteses”, o antídoto para tal vírus pode ser um gancho para uma próxima aventura.
  A vegetação também pode ser um empecilho. Muitas gavinhas espinhosas enrolam-se entre outras plantas, tornando difícil sua visualização. Assim, enquanto o viajante abre caminho em meio àquela vegetação que se formou no meio da trilha – ou enquanto percorre a mata sem passar por trilha alguma – pode ter um braço ou uma mão enredada pelos espinhos. Em geral têm-se apenas alguns arranhões que não representa muito para aventureiros acostumados a receber golpes de espadas. Porém, estes espinhos podem abrir ferimentos cicatrizados, ou podem causar um dano significativo à uma mão, tornando certas tarefas manuais mais complicadas – incluindo, talvez, lutar. Há também espinhos que carregam substâncias urticantes, capazes de provoca irritação – um incômodo que pode impor pequenas penalidades em muitas ações.
  Uma mata ou floresta não é um ambiente projetado. O terreno pode ser bastante irregular, com rochas escorregadias, lama, cipós que se enrolam nos pés, galhos ou troncos caídos no meio do caminho... Elevações e declínios também são freqüentes – e dependendo da inclinação podem trazer riscos de quedas perigosas. Muitas formações florestais se desenvolvem ao longo de morros, e a subida ou decida geralmente é bastante complicada. Além destas flutuações de terreno, muitas florestas possuem verdadeiros paredões, não são meras inclinações de terreno, mas verdadeiros desfiladeiros. Viajantes desatentos seguindo fora de trilhas podem ter uma terrível surpresa ao atravessar uma mata e descobrir que do outro lado não há “chão”...

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