Esse novo RPG parte de uma proposta extremamente incomum; a de sofrer atualizações constantes através de seu site, de modo que as regras e detalhes sobre o sistema possam sofrer alterações e melhorias de maneira rápida e ininterrupta além de permitir a publicação de recursos com bestiários e inventários muito facilmente.
Outra coisa incrível sobre o Era Perdida é o estímulo dado aos novos autores, primeiro por ser um RPG puramente brasileiro, mostrando que o RPG Nacional está vivo e pode gerar frutos originais, indo contra a tendência do nosso mercado de aceitar melhor as obras estrangeiras. Esse estímulo ao RPG Nacional é de enorme importância e o Era Perdida vai ainda além! ele abre espaço para que novos autores publiquem suas obras, caso estejam vinculadas ao cenário Era Perdida, de forma OFICIAL no site REVISTARIA DIGITAL. Isso mesmo! Qualquer autor pode gerar material oficial e enviá-lo aos dirigentes do site, e a depender da qualidade este pode ser oficializado e até mesmo comercializado, gerando lucros ao autor; obviamente seguindo algumas normas para isso em respeito às leis de direitos autorais etc.
Esse processo de construção e modificação contínuo e participativo abre horizontes muito especiais para o Era Perdida, que poucos cenários no mundo experimentaram além de gerar um tremendo impulso para o surgimento de novos autores!
Sobre a estrutura do livro, o que mais chama a atenção é a simplicidade das regras. O livro é voltado aos iniciantes, trazendo explicações narradas em primeira pessoa, sobre o que é RPG e como jogá-lo; mostra o passo a passo os processos de criação de personagem, uso das regras e, é claro, uma descrição de um cenário de jogo chamado “Meerã” que é um mundo medieval fantástico com várias raças e mistérios a serem desvendados.
A respeito do sistema, o Era Perdida traz em si uma idéia bastante delicada. Seguindo o exemplo do Old Dragon, ele visa retornar as raízes, buscando trazer de volta regras antigas e há tempos fora de uso. Essa proposta é ao mesmo tempo perigosa e desafiadora. Ressuscitar regras mortas precisa ser feito com bastante cuidado para que somente a parte interessante da regra seja usada, deixando para trás aquilo que a fez ser descartada originalmente, geralmente algum problema de equilíbrio em jogo. Ele traz inicialmente um conjunto de regras e habilidades extremamente simples, abrindo espaço para melhorias e personalizações geradas em mesa, pelos jogadores e mestres.
As rolagens do Era Perdida usam apenas dados de 6 faces que lembram um pouco as primeiras versões do sistema 3D&T, os personagens tem apenas 5 atributos físicos e o sistema e voltado mais para os combates. Algo que chama a atenção no sistema é que todos os atributos existentes contribuem de alguma forma para os “Pontos de Vida” do personagem, o que é algo bastante incomum e inovador mesmo entre os sistemas mais conceituados. O sistema de combate é extremamente simplificado e fortemente baseado no fator aleatório gerado pelos dados. Um personagem com atributos altos precisará contar com a sorte pra vencer, mesmo que enfrente um oponente mais fraco. A idéia, segundo o autor, é manter os combates emocionantes para os jogadores, que terão de arriscar a vida dos personagens a cada rolagem de dados, pois os níveis de “Dano” infligível superam facilmente os “Pontos de Vida” do oponente caso haja um resultado alto nos dados.
Trazendo uma proposta inovadora para o RPG Nacional, o Era Perdida está para dar o primeiro passo do que promete ser uma longa jornada. Trazendo de volta antigas regras e tendências, porém inovando com sua fácil acessibilidade. O mundo “Meerã” está apenas em seus primeiros dias de vida e muitas aventuras e mudanças estão ainda por vir.
O RPG Nacional a tempos não tinha uma novidade desse tipo. Aguardaremos ansiosos pelas futuras noticias sobre o Era Perdida, de Renan Biazotti!!
Obrigado pela matéria!
ResponderExcluirFicou muito boa!